Em mais de cinco décadas, nunca se viu tanta guitarra sendo produzida e feita no mundo. Acredite se quiser, o instrumento nascido da genialidade de George Beauchamp e Adolph Rickenbacker vive uma nova primavera, baseada na busca por musica, sobretudo no pesado período tenso da pandemia.
Quem trouxe esta análise é o editor da revista Music Trades, Brian T. Majeski, que escreveu um editorial para a publicação afirmando que existe, atualmente, uma explosão nas vendas de guitarras e que este momento deve continuar nos próximos anos. Ademais, o artigo compara o momento atual ao vivido nos anos 1960, depois do estouro da Beatlemania.
Tempos dourados! Aquele período registrou milhares de vendas de guitarras pelo mundo, tudo por influência da obra de John, Paul, George e Ringo. De acordo com os dados levantados pela publicação, a venda do instrumento beirava as 200 mil unidades. Era uma época de peças magníficas fabricadas por nomes como Rickenbacker, Gibson, Fender, Burns, Gretsch e outros menos cotados.
Os números subiram ainda mais por volta de 1971, quando os Beatles já eram parte de um passado consolidado, chegando ao patamar de 2,5 milhões, e até mesmo quando as vendas começaram a cair, sempre foi percebido um público fiel, segundo a mesma publicação. Mas, passados 50 anos, o que volta a provocar este aquecimento de mercado surpreendente e animador?
Segundo a Fender, tradicionalíssima no ramo e a preferida de gente como Eric Clapton, Jeff Beck e Hank Marvin (The Shadows), a pandemia da Covid-19 teria sido o principal catalisador deste momento, onde as pessoas procuravam uma atividade lúdica, como de fato é a música, para “passar o tempo” com algo construtivo e, por que não, alegre e desafiador em tempos de confinamento. Não é brincadeira, a marca crava o número de 16 milhões de novos guitarristas surgidos no período.
Outro ponto, agora destacado por Majeski, traz como exemplo um curso online e gratuito promovido pela Fender em Março de 2020, que gerou mais de 1 milhão de assinaturas na plataforma, sendo que cerca de 250 mil acabaram virando assinaturas pagas. “As fábricas de guitarra nos EUA estão funcionando com produção a larga escala para atingir as metas em 2022”, conclui o editor.
Acredite, é um novo tempo para a musica e para a boa e velha guitarra, onipresente em vários estilos musicais e, por que não, em vários lares onde fazer musica vai além de um simples passatempo.