Sony Music e Michael Jackson: Gravadora tem caminho aberto para adquirir metade da discografia do Rei do Pop

Uma batalha judicial por grandes valores, musicais e monetários. Um tribunal de apelações da Califórnia (EUA) abriu caminho para que os representantes legais do espólio de Michael Jackson (1958-2009) vendam 50% da obra gravada do Rei do Pop à Sony Music Entertainment. Tal decisão foi contra o desejo de Katherine Jackson, mãe de Michael, que argumentou que a venda do “bem mais valioso” da propriedade do artista violou seus desejos.

Katherine argumentou que a venda do catálogo para a Sony Music não era de interesse de seu filho e que o espólio tendia a ter seu valor aumentado com o tempo. Porém, o entendimento do tribunal da Califórnia foi diferente e que a permissão da venda estava de acordo com o testamento deixado pelo cantor.

“Os executores darão amplos poderes de venda, sem exceção para os ativos específicos em questão neste caso”, afirmou o tribunal. “Como tal, o tribunal de sucessões não errou ao concluir que era intenção de Michael permitir que os executores vendessem quaisquer bens imobiliários, incluindo aqueles em questão na transação proposta.” E concluíram: “O tribunal de sucessões não errou ao concluir que era intenção de Michael permitir que os executores vendessem quaisquer ativos imobiliários, incluindo aqueles em questão na transação proposta.”

Outro motivo para o referido tribunal não acatar as reclamações de Katherine é que, segundo a observação, a mãe de Michael Jackson “perdeu o direito à sua alegação de que a transação proposta viola os termos do testamento de Michael”, justamente por ela não ter abordado tal reclamação na primeira fase do processo.

Com isso, a Sony Music, que já mantinha uma relação de longa data com Michael Jackson, desde o lançamento de “Off The Wall” em 1979 (sob o selo Epic Records), poderá adquirir metade dos direitos fonográficos do catálogo do artista pelo valor de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões), considerando que o valor total da obra foi avaliada em US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 8,4 bilhões).

Em um outro momento de sua carreira, Michael Jackson chegou a adquirir a ATV Music, que detinha o catálogo dos Beatles nos anos 1980, algo que azedou a relação de amizade que o astro pop tinha com Paul McCartney. A Sony acabou adquirindo metade da ATV, formando a Sony/ATV Music Publishing. Contudo, a gravadora comprou a outra metade da ATV em 2016.

Em sua discografia, Michael Jackson lançou “Thirller“, em 1982, também pela Epic Records, que se tornou o disco mais vendido de todos os tempos na indústria musical, com mais de 100 milhões de cópias vendidas.

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