Paul McCartney lançava há exatos 50 anos “Mccartney”, seu primeiro álbum solo após a separação oficial dos Beatles. No dia 17 de abril de 1970, ele dava início ao que seria a carreira mais bem-sucedida de um ex-beatle. Que tal conhecer um pouco da história deste disco?
Atualmente o álbum não causa mais o estranhamento que causou aos fãs do fab four. Ao todo, são 13 músicas hoje consideradas uma obra prima do artista, mas muito atacadas por haters da época que desejavam a volta dos Beatles. Cheio de baladas e músicas mais “calmas”, o disco selou de vez qualquer possibilidade de conciliação entre os quatro rapazes de Liverpool.
Neste álbum, nosso querido Macca toca todos os instrumentos no home estúdio montado em sua casa, em Londres. Sem muitas alegorias, as gravações foram feitas em um gravador caseiro com apenas quatro canais. Alguns poucos ajustes foram feitos em um estúdio profissional. Vale lembrar que na época do lançamento, a imprensa recebeu junto ao disco uma espécie de release, onde ele anunciava de vez o fim dos Beatles. O fato gerou ainda mais estranhamento entre a dupla Lennon & McCartney, pois o companheiro de banda queria tê-lo feito pessoalmente anos antes.
Isso acabou gerando uma expectativa ainda maior, levando o álbum a ser um dos mais vendidos da época. Todos queriam ouvir qual a sonoridade que o ex-beatle traria para o mundo. As críticas não foram nada muito amigáveis, chamando as canções de “despretensiosas”, “simples” e “curtas”. Mesmo assim “McCartney” envelheceu bem ao longo destes cinquenta anos. Ele tem lá o seu charme.
Entre as canções estão belas baladas como The Lovely Linda e Every Night, que se intercalam em músicas instrumentais como Valentines Day e Hot as Sun/Glasses. Muitas experimentações caseiras e simplicidade, mas sem perder o peso das guitarras. Ouvindo com atenção, fica bem evidente que existiam muitas mágoas e uma certa melancolia como pano de fundo nas canções. De fato, não era uma fase muito boa da vida de Macca.
Claro que o grande hit deste primeiro disco é a belíssima Maybe I’m Amazed, uma declaração de amor sincera à sua esposa Linda McCartney. Em muitas entrevistas, ele já admitiu que se orgulha da canção, sempre presente no set list de seus shows ao vivo, e que esta é a composição pela qual gostaria de ser lembrado. E nós lembramos, mas não só desta, como de muitas outras composições incríveis do artista.
Como visionário que é, Macca é apontado como criador do gênero lo-fi, que popularizou na década de 1990, sempre trazendo gravações simples e sem a pompa de grandes produções. Com Beatles ou sem Beatles, desde seu primeiro disco o mundo é presenteado com as belas músicas criadas por Paul McCartney. E lá se vão mais de 50 anos.
Assista ao videoclipe de “Maybe I’m Amazed” lançado para comemorar esta data:
