Pitty e Emicida estarão juntos no palco do Festival João Rock, neste sábado (08), onde apresentarão um show inédito com repertório misto dos dois artistas, com novos arranjos e uma nova formação de banda – tudo feito exclusivamente para o Festival.
Batizado de “Travessia”, o show traz como conceito artístico a união da cor amarela (em alusão ao projeto AmarElo, do rapper paulistano, que está com sua turnê em fase final) com o roxo (que é a cor de ACNXX, turnê que Pitty também encerra agora), como uma simbologia de encerramento de ciclo e transição para o novo na carreira dos dois artistas.
Para criar o roteiro do show e combinar o repertório de uma forma mais profunda, Pitty e Emicida usaram como pano de fundo a reflexão sobre o que cada um deles carrega consigo e como suas energias e obras se completam. E chegaram na visão sobre esses dois personagens atravessando a noite para chegar no dia. A noite como representação das batalhas, das dificuldades e também o lado subjetivo, o que não se vê, o emocional, o inconsciente, o mistério, o feminino da Lua. Passando pela sombra para chegar na luz. O dia representa o lado mais prático, objetivo, a energia masculina do Sol, onde se vê às claras e o pensamento de que esse é o ciclo natural: depois da noite, haverá um dia, esperança. “A junção dessas duas energias, desse yin-yang que se completam, assim como nossas obras. É nesse lugar que a nossa arte se encontra, há a analogia de passar pelo peso, pelas questões (que as letras trazem) e chegar na luz, na esperança, no sol que uma hora há de nascer. O sol, há de brilhar mais uma vez…”, explica Pitty.
O show será apresentado em três atos, sendo o primeiro deles o “Poente”, com canções reflexivas; atravessará pela “À Meia Noite” no ato 2, com músicas que trazem a dramaticidade de seus conflitos particulares; e se encerra com “Aurora”, no terceiro ato, simbolizando a esperança de um novo dia, num roteiro musical que traz leveza e densidade em cada um dos seus momentos. No repertório, estarão os sucessos “Hoje Cedo”, “Máscara”, “Levanta e Anda”, “Equalize”, “AmarElo” e muitas outras.
Num conceito inédito, Pitty e Emicida convidaram Alice Carvalho (protagonista de Cangaço Novo e no ar em Renascer) para dirigir o conteúdo audiovisual do show, que será intercalado entre os atos de Travessia e, depois, será lançado em forma de curta-metragem, narrando uma história original.
A atriz e diretora, que já dirigiu e roteirizou outros projetos audiovisuais como a premiada websérie potiguar SEPTO e vídeos-álbum para a banda BaianaSystem, conta como foi a criar ao lado de Pitty e Emicida: “Travessia” é um projeto que aborda a trajetória artística, a amizade e a confiança no ideal de que música (e cinema) são coisas que ninguém faz só. Priscilla e Leandro são pessoas admiráveis não apenas pelo que mostram, mas pelo que sentem e seguem em seus instintos. Construir este projeto ao lado de parceiros de longa data, tanto do Rio Grande do Norte quanto do Rio de Janeiro, comprova que as coisas mais importantes na vida de um artista surgem da sinergia sincera com o outro. Este convite foi mais do que especial e me sinto extremamente honrada em fazer parte da criação imagética dessa união tão potente”, declara Alice.
Após duas turnês de sucesso absoluto (AmarElo e Admirável Chip Novo 20 anos ACNXX), os dois artistas tinham o desejo de fazer algo inédito juntos. Em um bate-papo descontraído durante as gravações do curta, os dois contaram como está sendo a experiência: “A gente estava buscando onde a nossa arte se encontra para além da parte prática da música. Nossas letras dialogam, massa! Nossos destinos são diferentes, eu vim de um rolê, ele de outro. Apesar das nossas letras terem estéticas particulares, elas têm um cerne, um ponto central onde elas se encontram, e é isso que a gente vai trazer pro palco. A gente pensou nessa analogia da noite, essa transição do roxo para o amarelo, e essa sinestesia, esse lance das cores”, explica Pitty.
“Tem uma coisa muito bonita, quando a gente viu que realmente tinha a oportunidade de fazer esse show acontecer, a nossa conversa foi muito a respeito de sensações, virou um grupo de terapia, falando sobre a vida. E a Pitty já trouxe cor (roxo, preto, amarelo, aurora). A vibração das músicas, pra mim, escutando o repertório, é um absurdo, como várias vezes parece que a gente tentou desenhar a mesma música com palavras diferentes e estética diferente, o desejo de fazer algo novo, algo que dê um tesão, que desperte uma paixão”, define Emicida.