Como já falamos aqui desde o anúncio deste projeto, sem dúvidas se existe algo que Paul McCartney não tem medo é explorar novas sonoridades e entender os artistas da nova geração.
Prova disso foi o álbum NEW (2013), onde ele se aventurou em colaborações com produtores como Mark Ronson e Ethan Johns, ambos produtores importantes de artistas como Amy Winehouse e Kings of a Leon.
Mas, desta vez, ele vai ainda mais além. Depois de lançar em dezembro de 2020 o aguardado “McCartney II”, disco produzido inteiramente pelo ex-Beatle durante a pandemia, Macca usa estas mesmas canções para dar espaço aos novos artistas da cena britânica e mundial. E olha, o resultado é incrível.
O álbum McCartney III – Imagined chega hoje às plataformas digitais e comprova que há energia de sobra no alto de seus quase oitenta anos. São 11 faixas totalmente desconstruídas em releituras de diferentes artistas. Beck, Dominic Finke, Ed O’Brien (Radiohead), St. Vincent, Blood Orange e Josh Homme (Queens of The Stone Age), foram convocados por Macca para recriar as músicas lançadas em 2020.
Para os roqueiros da “velha guarda”, um prato cheio de músicas para criticar e continuar a preguiça de entender a evolução do rock como um estilo musical completo e que vai muito além dos quatro acordes de guitarra. Para quem acredita que a música só continua viva justamente pelo processo de mutação pelo qual ela passa com o tempo, uma ótima experiência para conhecer novas produções e sonoridades.
Destacamos aqui o single “The Kiss of Venus”, “Pretty Boys” e “Lavatory Lil”. Um deleite da boa música, cheio de riffs e elementos que reafirmam aquilo que todos nós já sabemos: Paul sempre esteve à frente de seu tempo. E segue nada acomodado. Um discaço do início ao fim.
Ouça McCartney III – Imagined: