Eric Clapton é um dos maiores nomes da música internacional hoje em dia, isso é inegável. Então quando ele solta uma crítica, não deixa de ter uma repercussão significativa. Em tempos recentes, a mais nova vitima da língua ferina do guitarrista foi o glorioso e decantado Hall da Fama do Rock and Roll, mesmo tendo sido consagrado na instituição por três vezes ao longo da carreira.
Fundada em 1983, a premiação foi criada para homenagear lendas da música, mas, com o passar dos anos, tem sido alvo de diversas críticas por deixar de fora artistas importantes. Agora, Clapton se junta ao coro de descontentes, classificando a instituição como um “clube de fraternidade” e expressando frustração pela exclusão de muitos pioneiros musicais.
Em entrevista ao Real Music Observer, Clapton disse: “Eu entrei nessa coisa, seja lá o que for. Para mim, é como um clube de garotos de fraternidade que acabou me atraindo. Acho que o fato de eles terem Ahmet Ertegun [como fundador] foi o motivo de eu aceitar. Ele estava fazendo isso por artistas como Ruth Brown e The Drifters, todos aqueles primeiros músicos da Atlantic que estavam sendo esquecidos. Mas, então, o Hall cresceu como uma bola de neve”.
Ertegun, que fundou o Hall da Fama e foi presidente até sua morte em 2006, também presidiu a Atlantic Records, casa de inúmeros artistas inovadores. No entanto, Clapton acredita que o Hall da Fama não valoriza músicos mais experimentais. “O fato de alguém como JJ Cale nunca ter sido sequer indicado é prova do que essa instituição realmente é, ou do que não é. Ele é anônimo demais para esses caras”. Clapton concorda que a instituição não é um espaço para “rebeldes”, concluindo: “É coisa do establishment“.
A exclusão de artistas progressistas ou fora do mainstream não é novidade. No ano passado, Courtney Love também criticou o Hall, afirmando: “Se tão poucas mulheres estão sendo introduzidas, então o comitê está quebrado. Se tão poucos artistas negros e mulheres de cor estão sendo considerados, o processo de votação precisa ser revisado. A música está sempre em evolução – e eles não acompanham”. Love ainda destacou ainda que, em 2023, apenas 8,48% dos indicados eram mulheres, um número alarmante para uma indústria que se orgulha de sua diversidade.
Outro nome influente da guitarra, Joe Bonamassa, recentemente criticou o Hall por só homenagear artistas após a morte deles. No podcast Artists on Record, Bonamassa comentou: “Há muitos músicos que já estão na casa dos 70 ou 80 anos. Eles mereciam ter sido reconhecidos décadas atrás. É a coisa certa a se fazer”.