Já se passaram 40 anos desde a morte de Marvin Gaye (1º de abril de 1984) e, recentemente, foi descoberta uma coleção de fitas cassete de músicas inéditas do artista – escondidas por mais de 40 anos. O acervo conta com 66 canções demo e foi encontrado na cidade de Ostende, na Bélgica, segundo reportagem feita pela BBC. As fitas foram encontradas após a morte de Charles Dumoulin, músico que abrigou Gaye em sua casa em 1981. À época, o cantor de “Sexual Healing” lutava para combater o seu vício em cocaína, e mudou-se para a Bélgica sob acolhimento do amigo.
Segundo o sócio comercial da família Dumoulin, em entrevista ao The Guardian, Marvin deu a eles as fitas e disse: ‘Façam o que quiserem com isso’ e nunca mais voltou. Isso é importante”. “Podemos abrir uma cápsula do tempo aqui e compartilhar a música de Marvin com o mundo. Está muito claro. Ele está muito presente”, continuou.
Após o falecimento de Charles, sua família herdou as fitas e tomou conhecimento da existência de um esconderijo com lembranças de Gaye. Desde então, como relata o The Guardian, um debate se formou sobre os direitos da família de Dumoulin sobre as gravações. A lei da Bélgica determina que, após 30 anos, qualquer material passa a ser propriedade de quem o detém, independentemente da forma como foi adquirido.
Porém, a propriedade intelectual impede que a família Dumoulin publique as gravações (apesar de poder ser considerada dona delas), cujo direito pertence aos herdeiros de Marvin.
Esse fato gerou uma curiosidade imensa a todos que reconhecem a rica musicalidade do artista. Seu álbum “What’s Going On (1971)” é considerado o melhor álbum de todos os tempos pela Revista Rolling Stones e pensar que as canções foram gravadas pouco antes de Marvin Gaye escrever seu sucesso ‘Sexual Healing’ (1982) gera empolgação coletiva.
O legado de Marvin Gaye na música Soul e R&B, que lhe rendeu o título de Príncipe do Soul, permanece e permeia na atualidade de forma latente. Até hoje, sua música tem 20 milhões de reproduções mensais no Spotify.