Madonna no Brasil: Números, otimismo e expectativa para a vinda da Raínha do Pop

Impossível conter a expectativa. A um mês da vinda da majestade do pop ao Brasil, os brasileiros já estão celebrando o repertório de Madonna, pelo menos no Spotify. A rainha desembarca no país no dia 04 de maio, para um show único na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. É o o grand finale da “The Celebration Tour“, que revisita seus principais sucessos dos mais de 40 anos de carreira.

Desde os boatos e anúncio oficial feito no último dia 21 pela cantora, os fãs brasileiros estão em polvorosa. Exemplo disso é que o país configura o quarto país com maior número de plays nos álbuns e nas faixas da cantora norte-americana no Spotify, sendo o terceiro fora de seu país de origem e o segundo na América Latina, atrás apenas do México. O streaming de música divulgou os dados nesta quinta-feira, em primeira mão, nas páginas da Vogue.

No primeiro trimestre, a plataforma sueca registrou um aumento de 33% em plays e de 26% em horas de consumo por parte do público brasileiro no perfil da cantora, que conta com mais de 7.5 milhões de seguidores e mais de 43.9 milhões de ouvintes mensais. Madonna é a 67ª artista mais executada em toda a plataforma.

A capital paulista, que já recebeu três turnês da artista (“The Girlie Show” em 1993; “Sticky and Sweet” em 2008; e “MDNA” em 2012) se destaca como a terceira no ranking global das cidades que mais escutam a rainha do pop, com mais de meio milhão de ouvintes mensais, atrás de Londres (Reino Unido), e Santiago (Chile). No top 50, a já citada São Paulo e Rio de Janeiro são as únicas cidades brasileiras com o maior consumo de conteúdo de Madonna no Spotify a figurarem na lista.

E não são apenas os fãs que estão empolgados com a proximidade do show gratuito de Madonna. Empresas e representantes do setor de turismo também mostram entusiasmo com o impacto econômico que a presença da rainha do pop deve gerar na capital fluminense. O megaevento tende a impulsionar o desembarque de visitantes na cidade após o fim do verão. Em Copacabana, a perspectiva é de hotéis com 100% de ocupação no dia do show, aponta o HotéisRIO (Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro).

Segundo a entidade, estabelecimentos de outros bairros da zona sul podem registrar nível semelhante. “Quando Copacabana lota, a procura começa a transbordar para Botafogo, Flamengo, Catete”, afirma o presidente do HotéisRIO, Alfredo Lopes. Ele diz que, em outros anos, a média de ocupação no mesmo período ficava próxima a 68% na zona sul. “Para os hotéis da zona sul, vai ser como um Réveillon”, avalia ainda Lopes, comparando o possível impacto do evento musical ao desembarque de turistas para as tradicionais festas de Ano Novo nas areias cariocas.

Ele declara que visitantes de São Paulo e Minas Gerais estão entre os destaques nas reservas de quartos para a apresentação de Madonna. A expectativa é de que em torno de 1 milhão de pessoas assistam à estrela na praia de Copacabana. “É um show único no Brasil, diferente de quando teve o do Paul McCartney, que também esteve em São Paulo, por exemplo. Vai bombar”, aponta Lopes.

Vôos: movimentação no ar para ver a raínha do Pop

Com a confirmação do evento, a companhia aérea Azul anunciou a criação de um hub temporário (base operacional) no aeroporto internacional do Galeão, na zona norte do Rio. A empresa afirma que terá 436 voos no local de 1º a 7 de maio. A ideia, diz a companhia, é “atender da melhor forma a alta demanda de clientes que visitarão a capital fluminense para assistir ao show”.

A RIOgaleão, que administra o aeroporto, contabilizou 170 voos extras para o intervalo de 1º a 6 de maio -todos da Azul. A empresa fala em um “grande impacto” causado pelo anúncio do show. De acordo com a concessionária, o hub temporário criado pela companhia aérea deve trazer cerca de 15 mil passageiros adicionais entre embarques e desembarques no período analisado. “Para dar uma ideia do tamanho do impacto gerado apenas pelos voos extras da Azul, esse movimento é o mesmo registrado na final da Libertadores entre Fluminense e Boca Juniors em novembro passado, que, na época, envolveu várias companhias aéreas e muitos voos fretados”, declara a concessionária.

A Gol, por sua vez, afirma que está “acompanhando de perto” a evolução da demanda e que “irá tomar ações para o aumento de oferta pontualmente onde for necessário”. Já a Latam diz que, no momento, não planeja voos adicionais para o Rio em maio.

Na segunda-feira, a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), vinculada ao Governo Federal, projetou que o desembarque de visitantes estrangeiros também será impulsionado pelo megaevento. Conforme o órgão, a chegada de turistas internacionais ao Rio deve crescer 27,3% na semana do show de Madonna. A comparação é com igual período de 2023. Havia o registro de quase 7.500 bilhetes aéreos emitidos de outros países com chegada ao Brasil pela capital fluminense, aponta a Embratur, citando dados da plataforma Forward Keys.

Outro possível reflexo envolve o transporte rodoviário de passageiros. O HotéisRIO afirma que, segundo a rodoviária do Rio de Janeiro, a sexta-feira que antecede o show deve registrar “grande movimentação de desembarques”, com aumento de 20% ante uma sexta-feira normal. São esperados viajantes principalmente dos estados vizinhos de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

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