Luto: Autor de trilhas famosas do cinema, Vangelis morre aos 79 anos

Carruagens de Fogo, Blade Runner, 1492 – A Conquista do Paraíso, o que seria destes filmes sem a sensibilidade única de um dos maiores compositores instrumentais de todos os tempos? Alternações entre a calma e a apoteose, arranjos únicos, notas sequentes que tornaram-se marca registrada de sua obra, entre teclados, órgãos elétricos e sintetizadores.

Este era o talento especial da mente de Vangelis, um dos nomes mais marcantes da musica instrumental que nos deixou nesta quinta-feira (19), aos 79 anos. Segundo o The Guardian, a notícia foi confirmada pelos representantes do artista, que morreu em um hospital na França ainda na terça-feira passada (17), sem dar detalhes da causa da morte.

Evángelos Odysséas Papathanassíu era grego e nasceu em 1943. Começou na musica no fim dos anos 1960 junto de Demis Roussos e Loukas Sideras no Aprhodite’s Child, banda de Rock progressivo que foi responsável por sucessos como “It’s Five O’Clock“, “Rain and Tears“, “End of The World” e “Marie Jolie“. A banda se separou em meados dos anos 1970, tendo Demis seguido uma carreira vitoriosa como cantor e Vangelis se recluindo em Londres para produzir temas instrumentais.

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Foi no seu estudio partiucular na capital do Reino Unido que Vangelis focou-se nos teclados, órgãos e sintetizadores, inserindo elementos fantásticos em suas composições, em nuances que iam da calma de “To The Unknown Man” e “La Petite File de La Mer” a apoteoses como “Pulstar” e “Alpha“. Ali nasceria a épica trilha do filme “Carruagens de Fogo” (1981), que remonta a história do triunfo de um grupo de corredores britânicos nos Jogos Olímpicos de 1924.

A trilha lhe rendeu o Oscar em 1982 e liderou as paradas por semanas e foi composta em parte como uma homenagem ao pai, que havia sido um corredor amador. Mas sempre avesso a exposição, Vangelis minimizava a popularidade que tinha graças a obra e dizia que era “só mais uma música”. Isto que, pouco depois, outras grandes melodias para o cinema surgiriam, como o tema de “Missing – o Desaparecido“, “Blade Runner” e “1492 – A Conquista do Paraíso“, entre outros.

Também é de destaque a parceria de Vangelis com Jon Anderson, vocalista do Yes entre 1979 e 1991. O grego seria o substituto de Rick Wakerman na banda, mas a ideia nunca foi para a frente. No entanto, a participação de Anderson nos vocais nas ideias de Vangelis produziu êxitos como “I Hear You Now” e “I’ll Find My Way Home“. Anderson escrevia as letras, e o grego compunha as melodias.

Depois disso, o compositor se dedicou à trilhas de documentários e curtas. Seus trabalhos mais recentes os podcasts documentais The Sermon (2021-2022) e Beyond the Sermon (2022). Sua vida era um mistério por conta de sua aversão a aparecer publicamente, mas a obra, esta enorme, ficará eternamente na história da música, em todas as suas nuances e sensações proporcionadas.

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