Canção de Erasmo Carlos é redescoberta após sucesso de “Ainda Estou Aqui”

Um grande sucessos das telonas nos fazendo redescobrir o “tremendão“. A canção “É preciso dar um jeito, meu amigo“, do saudoso Erasmo Carlos, vem sendo redescoberta pelas novas gerações a partir do sucesso do filme “Ainda Estou Aqui“, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello. A faixa, que integra a trilha sonora do longa, foi lançada originalmente no repertório de ‘Carlos, Erasmo‘, sétimo álbum da discografia do cantor e compositor, coincidentemente lançado em 1971, mesmo ano em que o político e engenheiro civil Rubens Paiva foi preso pelo regime militar.

A repercussão do longa-metragem contribuiu diretamente para o aumento do consumo da música do “tremendão“. Somente no Instagram, foram mais de 160 mil postagens com a canção, sendo 90 mil com music sticker (recurso que permite que a publicação seja feita com uma música à escolha do usuário, incluindo GIFs com partes de sua letra) e mais de 50 mil criações de outros tipos. O número de visualizações na plataforma, que era de 200 mil, chegou a alcançar 4 milhões. Em termos de consumo, a canção, que tinha menos de 25 mil streams/dia, atingiu o pico de 120 mil streams diários.

Ainda Estou Aqui‘, que acaba de ser indicado ao Oscar em três categorias (“Melhor Filme”, “Melhor Atriz” e “Melhor Filme Internacional”), foi inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que faz homenagem à luta de sua mãe, Eunice Paiva, que tenta desvendar o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, em 1971, bem no auge da ditadura militar.

Em recente entrevista ao Los Angeles Times, Walter Salles destacou a importância da música de Erasmo Carlos na trilha sonora do filme: “A escolha dessas músicas (da trilha sonora) foi extremamente importante para nós, porque naquela época (anos 1970), as músicas que você ouvia definiam você, diferente de hoje, quando algoritmos definem o que você vai ouvir. Nesse sentido, a inclusão de ‘É Preciso Dar Um Jeito, Meu Amigo’, de Erasmo Carlos, que aparece na metade e nos créditos finais, foi essencial”, disse o cineasta.

Leonardo Esteves, empresário e filho de Erasmo Carlos, lembrou que o pai sempre dizia que “queria ser lembrado pelas suas músicas”. “Este momento agora é muito emblemático, porque ele (Erasmo Carlos) está conquistando o mundo, literalmente, com uma música que, inclusive, nem fazia parte das mais tocadas dele e que agora está sendo redescoberta através das plataformas digitais”, manifestou.

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