Fechando o Carnaval carioca, a Portela foi a última escola da samba a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, já na madrugada desta quarta-feira (5), e fez uma emocionante homenagem ao cantor Milton Nascimento. O enredo, intitulado “Cantar Será Buscar o Caminho que Vai Dar no Sol”, contou a história do artista e a influência de sua música na vida dos brasileiros, retratando sua trajetória desde Três Pontas (MG), onde foi criado, até sua conexão com o Rio de Janeiro (RJ), onde vive atualmente.
Desenvolvido pelos carnavalescos Antônio Gonzaga e André Rodrigues, o desfile não se limitou a uma biografia tradicional. A obra de Milton foi apresentada como uma procissão cultural, partindo de Oswaldo Cruz, berço da Portela, e seguindo até as montanhas de Minas Gerais, terra natal do cantor. As alegorias e fantasias trouxeram referências a canções icônicas de Milton, como “Maria Maria” e “Travessia“, além de elementos que simbolizavam o movimento Clube da Esquina e a musicalidade mineira.

As alas representaram momentos fundamentais da carreira do artista, desde sua infância em Minas até sua consagração como um dos maiores músicos brasileiros. O carro abre-alas trouxe um grande vitral azul e branco, remetendo à canção “Cais“, enquanto outras alegorias recriaram paisagens sonoras inspiradas em clássicos como Clube da Esquina nº 2 e “Canção da América“.
Milton veio no último carro da escola, cercado de artistas que fazem parte de sua trajetória, como Péricles, BK, Seu Jorge, Djonga, o ator Dan Ferreira e a escritora Conceição Evaristo.