A história dos Beach Boys finalmente chegou! O documentário dos praianos americanos (dos anos 60) de duas horas estreou na última sexta-feira (24) pelo Disney+. A banda, formados por Al Jardine, Mike Love e seus três primos, Brian, Carl e Dennis Wilson, teve um sucesso estrondoso em seu auge, emplacando 55 músicas na Billboard Hot 100. Entre seus sucessos estão “I Get Around”, “Help Me, Rhonda”, “Good Vibrations” e “Kokomo”. Além desses, hits como “Surfin’ Safari” e “California Girls” ajudaram a definir o som dos anos 1960.
Poucos dias antes do lançamento do documentário “The Beach Boys”, os membros fundadores Love e Jardine se reuniram no EastWest Studios de Hollywood, local onde gravaram alguns de seus maiores sucessos, incluindo o remake de 1966 de “Barbara Ann”. “Dean Torrence [de Jan e Dean] entrou, espiou a porta aberta e se juntou a nós”, lembra Jardine, contando como as harmonias dessa faixa surgiram de forma espontânea.
“Agora, espere um minuto! Eles não me contaram essa história”, interrompeu Frank Marshall, o diretor indicado ao Oscar que, junto com Thom Zimny, dirigiu o documentário. “Nem um filme de 10 horas poderia cobrir toda a história gloriosa e turbulenta de uma das bandas mais populares e duradouras da música”, comenta Marshall.
Marshall destaca que o documentário explora a criação da banda em Hawthorne, Califórnia, e sua transformação na “banda da América”. “Meu objetivo era descobrir como tudo aconteceu e contar as histórias individuais de cada membro”, diz Marshall. O filme inclui entrevistas com Brian Wilson, David Marks e Bruce Johnston, além de imagens de arquivo dos falecidos Dennis e Carl Wilson.
Embora o documentário aborde a complexa história interna da banda, Love aprecia que ele comece com a música. “Havia questões e problemas”, admite, mas focar nesses pontos, para ele, “seria perder o sentido do incrível conjunto da obra”. A genialidade musical de Wilson é central no documentário, mas Marshall faz questão de destacar as contribuições de todos os membros. “Não seria a mesma coisa sem todos eles juntos”, afirma. A colaboração familiar e as influências recíprocas com bandas como os Beatles também são exploradas, mostrando como cada grupo impulsionou o outro a novos patamares.
Uma das partes mais dolorosas do documentário revisita a decisão de Murry Wilson de vender os direitos musicais do grupo por apenas US$ 700 mil em 1969, um valor irrisório comparado ao seu valor atual estimado em mais de US$ 200 milhões. Love lembra: “Meu tio Murry me privou de direitos, mas também de seus filhos. Foi um golpe tremendo”. Apesar dos conflitos internos e desafios legais ao longo dos anos, os Beach Boys continuam a fazer música. Love, que tem os direitos legais para fazer turnês com o nome da banda, está atualmente na turnê “Endless Summer Gold” com Johnston, enquanto Wilson e Jardine deixaram de se apresentar em 2022.
O Iconic Artists Group de Irving Azoff, que adquiriu o controle acionário da propriedade intelectual da banda em 2021, produziu o documentário como parte de uma estratégia para apresentar os Beach Boys a novos fãs. Desde a aquisição, a audiência social da banda quase dobrou, e seus streams de áudio globais ultrapassaram 1 bilhão em 2023.
O documentário termina com um reencontro emocional dos membros sobreviventes no local da capa do primeiro álbum dos Beach Boys, em Paradise Cove. “Meu sonho era deixar o passado no passado. Vejamos a alegria e o que eles realizaram”, diz Marshall. Love reflete: “Estamos gratos e honrados por ter este documentário. É uma coisa fantástica que aconteceu nesta fase de nossas vidas”.