Um estudo publicado esta semana na PLOS Biology destacou uma ferramenta capaz de traduzir a atividade cerebral em notas musicais.
Para o estudo, os pesquisadores deixaram tocar os acordes de “Another Brick in the Wall, Part 1” do Pink Floyd e captaram a atividade elétrica das regiões do cérebro sintonizadas com os atributos da música (tom, ritmo, harmonia e palavras). Ao todo, 29 pessoas fizeram parte do experimento.
A ferramenta desenvolvida é capaz de reconstruir a música que alguém estava ouvindo. Na prática, o modelo decodifica a atividade registrada no córtex auditivo e usá-la reconstrói uma forma de onda sonora.
A reconstrução mostra a viabilidade de gravar e traduzir ondas cerebrais para capturar os elementos musicais da fala, bem como as sílabas. Nos humanos, esses elementos musicais, chamados de prosódia (ritmo, ênfase, acentuação e entonação) carregam um significado que as palavras sozinhas não transmitem.
Segundo os pesquisadores, “À medida que todo esse campo de interfaces cérebro-máquina progride, isso oferece uma maneira de adicionar musicalidade a futuros implantes cerebrais para pessoas que precisam, como alguém que tenha um distúrbio neurológico ou de desenvolvimento incapacitante que comprometa a produção da fala”.
O estudo ainda permitiu identificar novas áreas do cérebro envolvidas na detecção de ritmo, como uma guitarra vibrante. Os pesquisadores também confirmaram que o lado direito do cérebro está mais sintonizado com a música do que o lado esquerdo.
Lei o estudo na íntegra e ouça o trecho original da música e a versão reconstruída por IA aqui.