Quando falamos de Suécia, os escandinavos não são fracos no quesito Eurovisão. Não a toa, a terra revelou o ABBA graças a uma vitória histórica no festival de 1974, em Brighton, no litoral britânico. Agora, 49 anos depois, o mais tradicional encontro musical da Europa e um dos mais famosos do mundo (quer você ame ou o odeie) volta a ser pintado com as cores azul-e-amarelo. Pela sétima vez, é sueca a canção vencedora do certame, e graças a uma cantora que entrou para a história como a segunda pessoa na história de quase sete décadas a ser bicampeã do concurso: Loreen.
O Eurovisão 2023 rolou no último final de semana, em Liverpool, no Reino Unido, mas organizado em nome da Ucrânia, país da canção vencedora do festival do ano passado. Depois da vitória de 2012, em Baku (Azerbaijão) cantando “Euphoria“, Loreen levou para o palco a intensa “Tattoo” e conquistou a votação final. Finlândia (2°) e Israel (3°) fecharam o pódio.
E acredite, Loreen contou que não havia pensado em participar do concurso até ouvir qual seria sua música. “Quando ouvi ‘Tattoo’, ainda antes de me falarem do Melodifestivalen (a seleção sueca que escolhe o representante no Eurovisão), senti um misto de prazer e terror. Sabia que algo estava acontecendo”, disse.
Com seu tento, ela repete o feito do irlandês Johnny Logan, vencedor do festival em 1980 (em Haia, na Holanda) e 1987 (em Bruxelas, na Bélgica) e tornou-se a primeira mulher a alcançar o bicampeonato, fato raro no certame. E a cereja: juntas, Suécia e Irlanda são as maiores vencedoras do Eurovisão, ambas com sete conquistas.
Como dissemos acima, o Reino Unido assumiu a responsa de organizar o festival em nome da Ucrânia, e levou o público a emoção: fez um show comovente, homenageando os refugiados pela guerra e celebrou a música dos dois países. No entanto, um pedido do presidente Volodymyr Zelensky para falar sobre o show, foi rejeitado, segundo afirmaram os organizadores na sexta-feira (12). Mais uma nota entre política e música que sempre acaba pintando no festival.
Ainda em Liverpool, fãs do Eurovisão sem ingressos lotaram os locais oficiais para assistir ao show em telões. Muitos deles agitando bandeiras ucranianas. E por falar de Ucrânia, o governo britânico disponibilizou cerca de 3 mil passagens com desconto na última semana para os refugiados que quisessem assistir as apresentações ao vivo. Isso sem falar que o encontro projetou a já conhecida casa dos Beatles para o mapa cultural do continente.
Com a vitória de Loreen, a Suécia viverá um momento altamente especial no Eurovisão de 2024, pois podera celebrar em casa os 50 anos da histórica vitória do ABBA, no festival realizado em Brighton, naquele 1974. A interpretação de “Waterloo” é uma das mais lembradas do certame, e a banda – que já existia há dois anos – ganhou a sonhada projeção internacional, com direito a maestro vestido de Napoleão e beijo dos casais depois da vitória
Ainda não se sabe qual cidade sediará o encontro, que por lá já teve lugar na capital do país, Estocolmo (1975, 2000 e 2016), além de Gotemburgo (1985) e Malmö (1992 e 2013).